Promotores de Justiça e servidores do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), com atuação na área de meio ambiente, participam nesta segunda-feira, 18 de março, e amanhã, 19, do curso Técnicas de negociação e resolução de conflitos complexos na área ambiental, promovido pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf).
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A atividade, que teve início na manhã desta segunda-feira, na Escola Institucional, em Belo Horizonte, está sendo ministrada pelo professor pós-doutor em gestão de conflitos na área ambiental pelo Massachusetts Institute of Tecnology Yann Duzert. O palestrante é autor de mais de 15 livros, a maioria produzida em cooperação de pesquisa acadêmica com professores renomados em Harvard, nos Estados Unidos.
No curso, Duzert trabalha noções teóricas e práticas da técnica de negociação chamada Newgotiation, aplicada em 4 etapas a 10 elementos. De acordo com ele, a ferramenta permite aos negociadores alinhar cada um dos fatores que estejam em desequilíbrio, nas situações em que há diferença de interesses, assimetria de poder, diferença de percepção, mal entendimentos, diferença de interpretação da lei, de padrão de segurança e de timing. “É uma modalidade de negociação com mais elegância moral, ética e decisões racionais, visando benefícios múltiplos. Com essa técnica, esperamos que os participantes passem a ter maior probabilidade de fechar acordos, maior produtividade nos ajustes e melhores chances de ganhos múltiplos”, apontou. Conforme o palestrante, a mentalidade moderna sobre negociação implica, ainda, a busca pelo aumento do valor dos acordos gerados e da satisfação das partes, evitando-se recursos e o prolongamento dos conflitos. “Se ficarmos apenas na Justiça, uma primeira instância demorará em média de dois a três anos. Havendo recurso, pode-se chegar a sete anos. É muito importante antecipar esse timing e aperfeiçoar a produtividade de fechar acordos”. Judicialização O professor propôs reflexões, ainda, sobre a tendência de judicialização dos conflitos verificada no mundo nos últimos anos. Segundo ele, atualmente, os juízes estão sobrecarregados com problemas que no passado eram resolvidos pela própria comunidade. “Os conflitos familiares, por exemplo, que eram resolvidas pelo líder religioso, foram para o juiz. Os conflitos entre o paciente e o médico, que eram resolvidos pelo diretor do hospital, também passou para o juiz. Assim como os conflitos universitários e escolares, que antes eram resolvidos no âmbito da comunidade escolar. Com isso, os cursos de direito aumentaram exponencialmente”, analisou. De acordo com o palestrante, no Brasil, a Lei de Mediação (13.140/15) chegou para mudar esse paradigma e para dar todas as chances à mediação e à negociação antes que o conflito seja decidido por um juiz. Ministério Público de Minas Gerais Superintendência de Comunicação Integrada Diretoria de Imprensa Tel: (31) 3330-8016/3330-8166 Twitter: @MPMG_Oficial Facebook: www.facebook.com/MPMG.oficial Instagram: www.instagram.com/MPMG.oficial 18/03/2019